domingo, 25 de abril de 2010

TIME entrevista Robert Pattinson


Aparentemente da noite para o dia, Robert Pattinson passou de interpretar a vítima de Voldemort em Harry Potter e o Cálice de Fogo a ser a parte imortal de um dos casais mais quentes da telona. Ele falou com a TIME sobre como ele conseguiu o papel do vampiro Edward Cullen em Crepúsculo, como é ser a paixão de muita gente e como andar sem ser perturbado pelas ruas de Vancouver.

TIME: Você embarcou num filme de vampiros que se tornou isso. Você sabia no que estava se metendo?

Robert Pattinson: Eu não fazia ideia de que seria tudo isso. Realmente não fazia ideia até…acho que ainda não faço. Quando a minha ficha caiu, foi só quando estávamos filmando na Itália e as reações emocionais — não eram só gritos. Era tipo, as pessoas estavam assistindo e ouvindo tão atentamente. Depois de cada tomada havia aplausos educados. E não era histeria. Era literalmente a devoção pelos personagens. Foi incrível. Eu nunca senti isso em nenhuma outra situação.

Escolher Edward foi crucial para a franquia. O que Catherine Hardwicke viu em você?

Eu não sei. Eu fiquei um pouco intimidado pela Kristen no meu teste. Então eu interpretei um cara que se tortura por tudo. Não acho que outra pessoa tenha feito isso. Acho que eles se concentraram no aspecto da confiança. Se você lê o livro, sabe que ele é o homem perfeito, ideal. Se você é um cara, tem certos ideais do que acha atraente. É por isso que eu não entrei nisso, porque pensei que acabaria parecendo bobo durante o teste. Estaria só posando. Acho que tentei ignorar todos os aspectos confiantes do heroi da história. E interpretei o extremo oposto. Não acabou sendo isso no filme.

Se eles tivessem escolhido outro cara para o Edward, a franquia seria o sucesso que é hoje?

Eu honestamente não sei. Não importa quão famoso eu fique individualmente, sou sempre igualado a — ou até ultrapassado — pela fama de Edward Cullen. Isso deve significar algo. Eu não me importo com isso, é só o jeito que as coisas são.

Porque os EUA e o mundo são tão obcecados por isso?

Eu estava no Japão, mas quando eu fui até lá pela primeira vez em fevereiro, as pessoas que compareceram aos eventos de fãs eram principalmente pessoas que frequentavam escolas americanas. Desta vez, o público foi todo japonês. Ninguém falava inglês, mas eles reagiram do mesmo jeito que reagem no mundo inteiro. Até o distribuidor estava dizendo que os japoneses não reagem às coisas assim. E eles estavam maravilhados com tudo.

Deve haver essa coisa estranha, primária nas pessoas. Tantas histórias de amor são criadas. Tantas histórias de vampiros. Até o tanto de histórias de vampiros saindo agora têm exatamente a mesma trama. Mas a reação não é a mesma. Acho que é tudo sobre fazer parte de um clube. As pessoas costumavam dizer que era um prazer indevido. Mas nem acho que é isso mais. Acho que as pessoas realmente gostam de ser parte de alguma coisa.

Como tudo pode continuar nesse nível?

Não faço ideia. A coisa se alimenta pelo visual de tudo. Eu estava falando com o chefe do estúdio, que disse que eles só fizeram 25% da campanha para Lua Nova. E a presença do filme é ridícula. Até celebridades que não tem nada a ver respondem, ‘O que você acha de Crepúsculo?’. É loucura. Eu lembro de ter dito na Comic-Con no ano passado que eu não sabia o quanto mais poderia aumentar. Eu não sabia o quão maior poderia ficar. Acho que agora eles estão conseguindo fazer homens assistirem aos filmes. Só faltava mesmo atrair os homens para o cinema.

Eles filmaram os filmes muito rápido por várias razões — por causa do momento, mas também porque vampiros não envelhecem. Você se sente pressionado a, bom, parecer exatamente igual?

Eu não penso nisso. Acho que definitivamente pareço mais velho nesse. Mas eu pareço mais novo no terceiro, o que é estranho.

Uma geração inteira vai lembrar de você como Edward. Você é uma paixão para muita gente. É difícil corresponder às expectativas ou aceitar isso?

Não preciso corresponder às expectativas. Acho que o maior medo é lutar muito contra isso. A maioria das pessoas que tem uma queda por uma situação semelhante é quando eles tentam lutar, lutar e lutar: eu não sou essa pessoa cuidadosa e blá blá blá. Mesmo que as pessoas me vejam assim na franquia, eu não sou, em nenhum aspecto. Mas eu não sinto a necessidade de lutar contra isso. Eu nunca tentei me dirigir a nenhum tipo de público. Eu tentei fazer os filmes o mais inteligentes possível. E tentei fazê-los o melhor que podem ser. Nunca pensei nisso de outra maneira. Então espero que valha a pena.

Muitas celebridades usam disfarçes para escapar de suas bolhas. Qual foi o seu pior?

Em Vancouver, filmando Lua Nova, eu tentei algo. Lá eles acham que só pessoas problemáticas usam capuz. É a única cidade do mundo em que capuzes não são legais. É tipo, se você está de capuz, vai assaltar alguém. Então é um disfarçe chato, mas funcionava quando eu usava capuz. Então eu cuspia no chão um pouco e andava meio estranho. As pessoas até mudavam de calçada.

Você consegue sair da “bolha”?

Tem como sair. A única dificuldade é quando pessoas ficam esperando na saída do lugar onde você está. Você vai ser seguido. Ser perseguido é que é a pior coisa. Se fosse só uma foto do lado de fora, na saída, aí estaria tudo bem. Mas a perseguição é que tira sua liberdade.


Fonte: Mr Pattinson


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